quarta-feira, 14 de maio de 2014

Roger interrompe show do Ultraje para reagir a José de Abreu: “Quem está me pagando é o povo, através de um órgão do governo que não pertence a um partido político


11/05/2014
O vocalista Roger interrompeu o show de sábado do Ultraje a Rigor no Festival CCBB de Música Urbana, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, para reagir a militantes virtuais do PT como o ator José de Abreu, que havia questionado sua integridade no Twitter por “meter pau no governo federal”, mas aceitar patrocínio para se apresentar no evento.
Assista ao discurso, cuja transcrição segue abaixo, assim como os tuítes originais.




Hoje fui atacado no Twitter pela militância virtual do PT, os chamados MAVs.
Gente paga para militar. Gente que, na impossibilidade ou incapacidade de defender suas ideias, ataca a pessoa.
Gente baixa, gente escrota, como o ator global José de Abreu, o dublê de jornalista Pedro Alexandre Sanches e gente tão covarde e insegura de suas convicções que se esconde atrás de pseudônimos, como é o caso de Stanley Burburin.
Fui atacado porque segundo a lógica distorcida desses cretinos, eu estaria aceitando dinheiro de um governo que não apoio para tocar hoje aqui, e que isso não seria coerente.
Pois bem, quem está me pagando hoje não é um partido que se considera dono do Brasil. Um governo honesto deve apenas administrar o dinheiro que recolhe do povo e devolvê-lo ao povo em forma de serviços, de acordo com a necessidade desse mesmo povo.
Não vou agora discutir se isso está sendo feito ou não, mas o fato é que estou sendo contratado para exercer meu ofício, nesse caso, trazer cultura e diversão para o povo.
Quem está me pagando é o povo, do qual eu faço parte, através de um órgão do governo que, repito e enfatizo, não pertence a um partido político, ao contrário do que querem acreditar esses canalhas que me perseguem por eu exercer meu direito de pensar e me expressar livremente.
E eu estou com o saco cheio dessa violência indiscriminada, dessa luta de classes cruel e ignorante que vem sendo incentivada de uns tempos pra cá.
Somos todos brasileiros. É esse tipo de miséria que eu gostaria que acabasse no Brasil: a miséria cultural, a pobreza de espírito, a falta de educação de qualidade. Tenho certeza que, bem educados, ninguém precisaria de esmolas do governo, assim como eu nunca precisei.
Seguem alguns dos tuítes:
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by Veja

terça-feira, 13 de maio de 2014

Relato de um médico residente, cursando o último ano de Cirurgia Plástica


"Como muitos sabem, sou médico residente de último ano de Cirurgia Plástica, mas faço plantões extras como cirurgião do trauma. Segue um breve relato do cotidiano de um médico plantonista:

Baixada fluminense, garota de 16 anos, lesão craniana por arma de fogo, com perda de massa encefálica. Atendimento em sala de trauma, via aérea assegurada por intubação orotraqueal, reanimação volêmica. Parada cardiorespiratório por 3 vezes revertida com massagem cardíaca e drogas vasopressoras. Paciente estabiliza hemodinamicamente.
Verifico pupilas dilatadas não reagentes ao estímulo, assim como os demais reflexos tronco encefálicos ausentes.

O Hospital onde estou não há exames complementares para falência encefálica, não suporta procedimento de retirada de orgãos. Ligo para central de transplantes do estado do Rio de Janeiro. Todos os números possíveis, sem sucesso. Sequer uma gravação. Família em desespero não entendendo a situação, porém demonstrando desejo de doação de orgãos. Sigo tentando contato para iniciar protocolo de captação dos orgãos.

4h depois do primeiro contato, sim Quatro horas, sou atendido por uma reguladora, felizmente muito solicita. A mesma pede que eu entre em contato com o hospital referência para captação e solicite vaga, pois através da central não teríamos sucesso. Então 3h após o primeiro contato com o tal hospital, após mandar fax e praticamente implorar, tenho vaga negada.

A paciente evolui com instabilidade hemodinâmica mesmo em bomba de infusão de vasopressores. Nova parada cardíaca. Reanimamos pela 4ª vez, mantemos o coração batendo, estabilidade hemodinâmica. Após 5h consigo leito para transferência, animação da equipe, seria a primeira vez que a equipe do hospital veria um processo de sucesso de captação de orgãos, vencemos o sistema ... acende uma centelha de esperança na equipe.

Porém, não há no município em questão ambulância equipada para transporte avançado. O tempo corre. Perdemos a vaga. Paciente para pela 5ª vez. Procedimento de reanimação desta vez sem sucesso.

Frustração generalizada da equipe.

Converso com familiares, todos inconsoláveis. A falta é de tudo: O sistema, a desorganização generalizada da saúde pública, o descaso dos gestores nos privaram do sucesso. Privaram a família de perpetuar a memória da menina, disseminando vida a outros doentes em fila de espera. Uma ambulância. Uma vaga. Um sistema que não te ajuda. Dramático, não?

Realidade cotidiana.

Sistema público de saúde colapsado. Estado colapsado. Bastava uma ambulância igual às da Arena Pantanal, ou do Estádio Itaquerão. Bastava a vontade de fazer dos hospitais algo tão funcional quanto um estádio da Copa, uma refinaria no valor de 48 milhões comprada pela Petrobras, estatal, por 1bi. Um bilhão menos quarenta e oito milhões.

A diferença igual ao valor roubado dos contribuintes brasileiros. O lucro dos envolvidos igual ao rombo nos cofres públicos. Falta tudo ao povo da baixada fluminense, do agreste, da vila Areia em Porto Alegre. Falta ambulância, falta vaga em hospital.

Falta discernimento para compreender o que representa o caso Passadena na vida deles. Sobra discernimento aos políticos em como ludibriar o povo. Vide o pequeno "engano" do Instituto de Pesquisa Econômica Avançada, eclodiram passeatas feministas (com razão) contra o estupro. Pena que a pesquisa estava errada, pena que aparecem fatos como este para abafar os escandalos da Petrobras. Pena que eu vejo esses descasos aos meus pacientes sozinho. Pena que boa parte do eleitorado brasileiro não entende tudo isso.

Neymar, desculpe-me, mas vou torcer p'ro Messi. Ronaldo desculpe-me, mas eu quero hospitais. Dilma, desculpe-me, mas vou lutar dia a dia para tirar votos do seu governo, no Metrô, no hospital, no elevador, no 'Facebook'.
Chato é não tentar".


Guilherme A. Fritsch-Nunes

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