terça-feira, 22 de outubro de 2013

Lugares assustadores: Darvaz – A porta para o inferno

No último artigo sobre lugares assustadores, falamos sobre Aokigahara, uma floresta japonesa conhecida pelo seu elevado número de suicídios. Hoje falaremos sobre a “Porta para o Inferno”.

Porta para o inferno
Localizada próxima à vila Darvaz, no Turcomenistão, está localizada no meio do deserto de Karakum a denominada “Porta para o Inferno”. Trata-se de uma cratera com mais de 60 metros de diâmetro e 20 metros de profundidade, que está em chamas há pelo menos 40 anos.
Darvaz está localizada à pouco mais de 250 km de Asgabate, capital do Turcomenistão. É uma região rica em enxofre e gás natural, elementos que podem estar relacionados com a cratera. Durante a noite, seu brilho alaranjado pode ser visto por quilômetros de distância, e a cratera também pode ser vista a centenas de metros de altitude no Google Maps. De acordo com moradores das proximidades, o forte cheiro de enxofre pode ser sentido de longe.
Porta para o inferno
Ainda há controvérsias sobre a origem da cratera em chamas. Enquanto alguns geólogos afirmam que sua formação é natural, a teoria mais aceita afirma que geólogos russos buscavam reservas de gás natural no local quando uma das plataformas de perfuração caiu em uma caverna subterrânea que estava repleta de gás, abrindo a cratera. Como forma de evitar que a substância tóxica se alastrasse, os geólogos incendiaram a região, fazendo com que o gás se consumisse. Estaria ele queimando há 40 anos?
Porta para o inferno
Não se sabe também quando o acidente teria ocorrido. Alguns afirmam que foi no final dos anos 1950, enquanto outros insistem em dizer que foi no ano de 1971. Também é desconhecido se houve alguma vítima durante o acidente.
Seja como for, a cratera está incendiando há muito tempo. O número de toneladas de gás que já foi consumido pelas chamas é um mistério. Confira abaixo um vídeo filmado na “porta para o inferno”:

by Mistérios da Humanidade

Bruno Gagliasso e Tatá Werneck decidiram: não tomam mais antibióticos; vão tentar negociar com os estreptococos!

21/10/2013
 às 19:07


Tata Werneck
Bruno Gagliasso
Vou escrever aqui o nome de gente de que, com raras exceções, nunca ouvi falar, mas que, consta, é famosa, existe. Uma tal Tatá Werneck escreveu no Facebook: “Instituto Royal esta matando cachorros para testar seus cremes de merda”. A empresa nem mata animais nem testa cosméticos, mas analgésicos e drogas contra o câncer — que, segundo entendo, a dita-cuja jamais usará ainda que precise. Uma certa Sthefany Brito recorreu a um juízo tão especioso quanto a grafia do seu nome: “Como pode, né? Isso não pode nem ser chamado de gente! Isso é monstro sem coração! Quanta covardia!! E pior de tudo… Vão sair impunes!!!”. Ela não se referia aos bandidos que invadiram o laboratório, mas aos donos da empresa e cientistas que lá trabalham com seriedade.
Na lista das celebridades que apoiaram o vandalismo obscurantista estão Mariana Rios (?), Rodrigo Simas (?), Gustavo Leão (?) e Jesus Luz (já ouvi falar; é aquele que Madona pegou). Também se manifestaram a favor Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank (?), Alinne Rosa (?), Leilah Moreno (?), Preta Gil (participa do Medida Certa, do Fantástico; sei quem é) e Marcelo Médici, humorista. Achei esses nomes todos num texto da revista Caras. Fiz a seguinte procura no Google: “celebridades apoio Instituto Royal”. É possível que haja muito mais descolados.
Cada uma dessas pessoas, por coerência, deveria assinar um documento se comprometendo a jamais usar qualquer medicamento que tenha sido testado antes em animais — e isso quer dizer renunciar à alopatia. Talvez à homeopatia também. Funcionando ou não, nem entro no mérito, o fato é que se administram drogas homeopáticas também a bichos. Suponho que se tenha feito algum teste antes, não?
Quando a garganta do galãzinho garnisé Bruno Gagliasso inflamar, formando placas de pus, em vez de tomar uma das eritromicinas da vida, que foram testadas em beagles — a gente sabe que ele é contra e, corajoso que é, não vai aceitar um tratamento covarde —, ele vai procurar manter um diálogo amigável e respeitoso com os estreptococos, que, afinal de contas, também são vida. Bruno talvez tenha aderido a um dos pensamentos delinquentes hoje influentes no mundo, que combate o “especismo”. A diferença entre um estreptococo, um beagle e um Bruno Gagliasso, segundo esse ponto de vista,  é mera questão valorativa — e, pois, relativa.
Falar com estreptococo é difícil. É um bicho coletivista, com formação de esquerda e só decide em conjunto — quem manda é a colônia, o coletivo, sabem… Acho difícil que possam ceder. A palavra de ordem dos estreptococos é “Não me representa”. Ou a colônia inteira fica, prospera e mata o hospedeiro, ou há a morte coletiva. Uma gente radical. O estreptococo deveria ser eleito o líder dos novos radicais. Assim, se a negociação falhar, Bruno pode tentar própolis, mel, reza braba, passe espiritual, orações, velas, sei lá… A única coisa que não pode fazer é tomar um antibiótico e endossar os testes em beagles.
O mesmo vale para os outros “artistas”. No país em que uma lei proíbe a publicação de biografias, celebridades usam as redes sociais para, em nome da liberdade de expressão, apoiar o crime. Essa gente toda deve desculpas aos donos e cientistas do Instituto Royal. Numa democracia que se respeita, como a americana, essa gente seria processada e perderia até as calças em razão da calúnia, da injúria, da difamação e do incitamento ao crime. Veriam como é viver num país sem impunidade, em que “estrelas” não têm licença especial para sair acusando as pessoas por aí.
Há algo mais a dizer a respeito. Fica para o post seguinte.
Por Reinaldo Azevedo

Retirada de cães de instituto afeta teste anticâncer, diz cientista

22/10/2013 - 03h00


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JAIRO MARQUES
RAFAEL GARCIA
DE SÃO PAULO

Ouvir o texto
A retirada de 178 cães da raça beagle de um laboratório em São Roque (a 66 km de São Paulo) comprometeu experimentos avançados de um medicamento para tratamento contra câncer --além de fitoterápicos para usos diversos.
A informação é do médico Marcelo Marcos Morales, um dos secretários da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e coordenador do Concea (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
"Um trabalho que demorou anos para ser produzido, que tinha resultados promissores para o desenvolvimento do país, foi jogado no lixo", disse ele, em referência à invasão do Instituto Royal por ativistas na semana passada.
"O prejuízo é incalculável para a ciência e para o benefício das pessoas", afirmou.
O cientista não revelou o nome do medicamento desenvolvido, que é protegido por contrato, nem para qual tipo de câncer ele seria usado. Mas informou que se tratava de um tipo de remédio produzido fora do país e que teve a patente quebrada.

Ativistas resgatam cães em São Roque (SP)

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Avener Prado/Folhapress
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Sala é encontrada com objetos revirados no Instituto Royal, em São Roque (SP) Leia mais
O Royal também não detalha os experimentos alegando restrição contratual.
Os fitoterápicos eram baseados em plantas da flora nacional e poderiam ser usados, por exemplo, para combater dor e inflamações.
Ativistas dizem que os cães sofriam maus-tratos. O instituto nega. Ontem ele disse que, quando recuperados, receberão tratamento e podem "ser colocados para doação".
Doutor em biofísica, Morales afirma que os cientistas "também não querem trabalhar com animais", mas que o método é ainda o mais eficaz para testes de tratamentos médicos e vacinas.
"Seria possível não nos alimentarmos mais com carne? Com pesquisa é a mesma relação. Deixamos de usar animais e vamos testar vacinas em nossas crianças?"
Para Morales, as pessoas estão "confundindo" animais domésticos com cães que nasceram dentro de biotérios, sob condições controladas e rígidas para o uso científico.
"O apelo do cão é muito grande, tanto é que levaram todos os beagles, mas deixaram todos os ratos."
A autoridade brasileira responsável por aprovar pesquisas com humanos, a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), não avaliza projetos de drogas que não tenham passado por testes de segurança em animais.
Cachorros estão em uma parcela pequena de experimentos científicos --nos quais os camundongos respondem por 74% dos animais. A maioria dos cães é usada para averiguar a toxicidade de medicamentos.
Editoria de arte/Folhapress

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Eclipse solar parcial em novembro 3 2013 (Brasil).

Eclipse solar parcial 3 de novembro de 2013 (Brasil)
A informação sobre o Lua mostrado aqui é específico para Brasilia, Brasil em Domingo, 3 de Novembro de 2013. (Hora local America/Sao Paulo)
Nascer ao pôr do Lua13h4m
Nascer da Lua06:29
Pôr do Lua19:33
Distância do centro do Sol148383377.39 km
Distância para o centro da Terra376523.02 km
Lua iluminação0.3%
Fase lunardiminuindo
00:00:12:15:27:35
anosmesesdiashorasminutossegundos
A contagem regressiva aplicado a: Alagoas, Brasil
De acordo com o tempo internacional, um eclipse solar irá ocorrer em 3 de novembro de 2013, que será visível em algumas partes do mundo. A seguir mostra as cidades em Brasila partir do qual o eclipse poderia ser visível (note que o seguinte é uma pequena lista de algumas das principais cidades, o eclipse pode ser visível a partir de outras cidades não listados aqui). A data e hora local das fases do evento são mostrada abaixo.
Cidade¿Eclipse visível?
BrasiliaNão
AcreNão
AlagoasSim
AmapaSim
AmazonasSim
BahiaSim
CearaSim
Espirito SantoNão
GoiasNão
MaranhaoSim
Mato GrossoNão
Mato Grosso do SulNão
Minas GeraisNão
ParaSim
ParaibaSim
ParanaNão
PernambucoSim
PiauiSim
Rio de JaneiroNão
Rio Grande do NorteSim
Rio Grande do SulNão
RondoniaNão
RoraimaSim
Santa CatarinaNão
Sao PauloNão
SergipeSim
TocantinsSim

Informações sobre este eclipse

O caminho híbrido começa anelar e termina total
Eclipse solar parcialEsta imagem animada mostra a sombra da lua e seu caminho no mapa durante o eclipse solar. Apenas as regiões sombreadas pela lua pode visualizar este Eclipse solar parcial. A data ea hora que aparecem na imagem são a data ea hora internacional, portanto, eles podem não se aplicar ao seu país. No entanto, para saber a data ea hora exata do Eclipse solar parcial em seu país, você pode ver a tabela a seguir. (Clique na imagem para ampliá-la).

Eclipse horário no Brasil

A tabela a seguir apresenta o cronograma e fases da Eclipse solar parcial em 3 de novembro de 2013 no Brasil. Para cada cidade que tenha atribuído um fuso horário (UTC) muito precisa (leva em conta o horário de verão, se aplicável).
CidadeDetalhes
Data do eventoTipoParcial eclipse começaMax. eclipseAlt. SolAzimuteTermina parcial eclipseMag.Obs.
Alagoas (UTC-3)2013-11-03Eclipse solar parcial08:04:4108:58:115710109:56:302.261.25
Amapa (UTC-3)2013-11-03Eclipse solar parcial07:26:4608:21:393110909:23:163.722.57
Amazonas (UTC-4)2013-11-03Eclipse solar parcial07:08:1407:16:091810407:23:510.070.01
Bahia (UTC-3)2013-11-03Eclipse solar parcial08:21:5208:52:175009809:24:050.710.23
Ceara (UTC-3)2013-11-03Eclipse solar parcial07:46:0608:47:515110809:57:003.482.34
Maranhao (UTC-3)2013-11-03Eclipse solar parcial07:50:4808:39:294410509:32:552.211.21
Para (UTC-3)2013-11-03Eclipse solar parcial07:46:3608:27:263310509:11:381.740.85
Paraiba (UTC-3)2013-11-03Eclipse solar parcial07:52:0808:53:135410610:01:063.212.08
Pernambuco (UTC-3)2013-11-03Eclipse solar parcial07:53:3908:53:415510610:00:143.061.95
Piaui (UTC-3)2013-11-03Eclipse solar parcial07:54:3708:44:224710409:38:532.191.2
Rio Grande do Norte (UTC-3)2013-11-03Eclipse solar parcial07:51:2008:52:535410610:01:223.282.14
Roraima (UTC-4)2013-11-03Eclipse solar parcial06:28:4907:11:491810707:58:422.581.51
Sergipe (UTC-3)2013-11-03Eclipse solar parcial08:08:1709:00:085810009:56:242.081.11
Tocantins (UTC-2)2013-11-03Eclipse solar parcial09:04:0409:38:294110210:15:021.050.41
Você pode ler a tabela acima da seguinte forma: Em 03 de novembro de 2013 em Alagoas (UTC -3), um eclipse do tipo Eclipse solar parcial terá início às 08:04:41, o eclipse máximo irá ocorrer 08:58:11 em que o Sol atinge uma altitud de 57° e 101 ° do Azimute, o evento vai chegar ao fim em 09:56:30 e terá um magnitud de 2.26 (a magnitude de um eclipse é a relação do tamanho aparente da Lua com o tamanho aparente do Sol durante um eclipse) e uma obscuridade de 1.25 (a fração do Sol obscurecido).

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

E se a Segunda Guerra mundial tivesse sido registrada no facebook?



 por Gabriel Barbosa Rossi

Essa semana a internet brasileira foi bombardeada por uma tradução de um post publicado no 9gag. Muita gente já viu rolando por aí. Épico seria uma boa definição. Não para Guerra, não para Hitler, nem para mim, logicamente. Mas para essa visão contemporânea e marota da 2º Guerra Mundial, que me fez trazer aqui para o literatortura essa matéria.

A Guerra quase como uma conversa bem humorada de um Grupo de Amigos e Rivais no facebook, mostrando pro mundo todo que não são só eventos cotidianos que mostram o que a galera está fazendo. O que não quer dizer que na perspectiva de dentro da Guerra as coisas não fossem um pouco cotidianas.
Mas, o que se apresenta aqui são as discussões entre os Estados, gírias, situações um pouco cômicas e que mostram o lado político da Guerra de uma forma diferente, chegando até a bastante cômico. Alguns diálogos são hilários. É lógico que, convenhamos, a guerra não tem nada de bonito ou formidável, mas, a maneira com que é contada abaixo, casa muito, inclusive, com um dos objetivos do literatortura. Falar de temas sérios de uma maneira mais tranquilha. No caso, aqui, não fica apenas no tranquilho, pois como já disse, chega a ser hilário.
Confira:
guerra1 E se a história da segunda guerra mundial fosse registrada no facebook?
guerra2 E se a história da segunda guerra mundial fosse registrada no facebook?
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Sobre o autor

 Idealizador e Administrador do Causas Perdidas. Cursa História pela UNIOESTE; Colaborador no Literatortura, Enciclopédia ambulante das crônicas de gelo e fogo. Afirma que não sabe todas as datas, também que historiador não é calendário. Na verdade nem se importa muito com isso. http://www.facebook.com/barbosarossi

sábado, 12 de outubro de 2013

Descubra as mentiras que o seu cérebro conta para você


Você não toma as próprias decisões - e boa parte do que vê não é real. É apenas uma ilusão criada pelo seu cérebro, que passa pelo menos 4 horas por dia enganando você. Conheça os truques que ele aplica - e saiba o que realmente acontece dentro da mente.

Você fica cego 4 horas por dia. Já foi enganado por um rótulo nesta semana. Tem preconceitos sobre todos os assuntos (por mais que ache que não). Toma decisões irracionais, que vão contra os seus interesses. Você não está no controle da própria mente. Mas não se preocupe: você é normal. Não é maluco e possui um cérebro perfeito, como o de qualquer outra pessoa. Só que ele inventa coisas para iludir você. Não é por mal. É só uma maneira de economizar energia.

O cérebro humano é o objeto mais complexo do Universo. Tem 100 bilhões de neurônios, que podem formar 100 trilhões de conexões. Se fosse possível criar um computador com o mesmo número de circuitos do cérebro, ele consumiria uma quantidade absurda de eletricidade: 60 milhões de watts por hora, segundo uma estimativa de cientistas da Universidade Stanford. É o equivalente a quatro usinas de Itaipu trabalhando simultaneamente. Mas o cérebro humano gasta pouquíssima energia - 20 watts, menos que uma lâmpada. E mesmo assim consegue fazer coisas extremamente sofisticadas, de que nenhum computador é capaz.

Só que isso tem um preço. O seu cérebro não consegue analisar as situações de forma completamente racional, avaliando todas as variáveis envolvidas em cada caso. Para fazer isso, ele precisaria de ainda mais circuitos - e muito mais energia. Mas, ao longo da evolução, a natureza encontrou uma solução: o cérebro pode mentir para seu dono. Sim, mentir. Descartar informações, manipular raciocínios e até inventar coisas que não existem. Dessa forma, é possível simplificar a realidade - e reduzir drasticamente o nível de processamento exigido dos neurônios. "São efeitos colaterais do funcionamento normal do cérebro", diz Suzana Herculano-Houzel, neurocientista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Tudo começa pela visão. Você não percebe, mas o cérebro edita o que você vê. Das 16 horas por dia que uma pessoa passa acordada, em média, 4 horas são preenchidas por imagens "artificiais" - que não foram captadas pelos olhos, e sim criadas pelo cérebro.

O olho humano só capta imagens com clareza em uma pequena parte, a fóvea, que tem 1 milímetro de diâmetro e fica no centro da retina. Então, para compor a linda imagem que você está vendo agora, os seus olhos estão constantemente em movimento. Eles focam determinado ponto e depois pulam para o ponto seguinte. Cada um desses saltos tem duração de 0,2 segundo. Quer comprovar isso na prática? Na próxima vez em que você estiver conversando com uma pessoa, preste atenção nos olhos dela. Você irá perceber que eles se movimentam o tempo todo para escanear vários pontos do seu rosto.

O problema é que a cada pulo desses, enquanto os olhos estão se movendo para a próxima posição, o cérebro deixa de receber informação visual por 0,1 segundo. Durante esse tempo, você está cego. E, como nossos olhos fazem pelo menos 150 mil pulos todos os dias, o resultado são 4 horas diárias de cegueira involuntária. Você não percebe isso porque o cérebro preenche esses momentos com imagens artificiais, que dão a sensação de movimento contínuo. Mas que, na prática, você não viu.

Tem mais: o que você enxerga não é o que está acontecendo - e sim o que vai acontecer no futuro. É sério. Isso acontece porque a informação captada pelos olhos não é processada imediatamente. Ela tem de passar pelo nervo óptico e só depois chega ao cérebro. O processo leva frações de segundo, e você não pode esperar - um atraso na visão pode fazer com que você seja atropelado ao atravessar a rua, por exemplo. Então, o que faz o cérebro? Inventa. Analisa os movimentos de todas as coisas e fabrica uma imagem que não é real, contendo a posição em que cada coisa deverá estar 0,2 segundo no futuro. Você não vê o que está acontecendo agora, e sim uma estimativa do que irá acontecer daqui a 0,2 segundo.

As mentiras invadem a razão

Com R$ 1,10, você pode comprar um café e uma bala. O café custa R$ 1 a mais do que a bala. Quanto custa a bala? Responda rápido. Dez centavos, certo? Errado. Você acaba de ser enganado pelo próprio cérebro. Mas não está sozinho - mais da metade dos estudantes de universidades prestigiadas como Harvard, MIT e Princeton responderam a essa mesma pergunta e também erraram (entre alunos de instituições menos badaladas, o índice de erro é ainda maior, cerca de 80%). Essa charada é um dos exemplos citados no livro Thinking, Fast and Slow (Pensando, Rápido e Devagar, ainda sem versão em português), do psicólogo israelense Daniel Kahneman, que ganhou o Prêmio Nobel de Economia por suas pesquisas sobre o comportamento humano.

Para Kahneman, o cérebro tem dois tipos de pensamento. O primeiro é rápido e intuitivo e confia na experiência, na memória e nos sentimentos para tomar decisões. O segundo é lento e analítico - e serve como uma espécie de guardião do primeiro.

Se estamos decidindo sobre o que comer, podemos ficar em dúvida entre um sanduíche e um prato de feijão. Mas por que essas duas opções, justo elas, surgiram como as alternativas válidas para o momento? Por que você não considerou um bacalhau com batatas? Por que não um sorvete de abacaxi? Porque o seu pensamento intuitivo já estava inclinado para optar pelo sanduba ou pelo feijão e restringiu previamente as escolhas antes mesmo que você se desse conta de que estava chegando a hora de almoçar. Do contrário, passaríamos horas avaliando todas as possíveis opções de refeição - e morreríamos de fome. Se o pensamento intuitivo não existisse, seria extremamente difícil escolher uma roupa ou responder a perguntas banais, do tipo "como você está?" ou "gostou do filme?". De certa forma, o pensamento intuitivo é o que nos diferencia dos robôs. E é ele que permite ao cérebro processar informações na velocidade necessária. "Ele é mais influente. É o autor secreto de muitas decisões e julgamentos que você faz", explica Kahneman no livro. Foi o pensamento intuitivo que apontou os dez centavos como resposta para o enigma do café. Só que ele mentiu para você. A resposta certa é R$ 0,05. Se a bala custasse R$ 0,10, o café custaria R$ 1,10 - e o total daria R$ 1,20.

Esse duelo entre os dois tipos de pensamento, o rápido-intuitivo e o lento-analítico, também tem uma explicação evolutiva. O córtex pré-frontal, região do cérebro responsável pelo processamento lógico, surgiu relativamente tarde na evolução da espécie humana - já as emoções e os instintos estavam com nossos ancestrais há muito mais tempo. Por isso elas são tão fortes e nos influenciam tanto. "A filosofia considera o ser humano um animal racional. Mas o que sabemos é que apenas em certas circunstâncias e à custa de muito esforço conseguimos ser racionais", afirma Vitor Haase, médico e professor de psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O pensamento intuitivo está sempre presente, até nas situações em que a racionalidade é supremamente importante. Um estudo de pesquisadores das universidades de Ben Gurion, em Israel, e Columbia, nos EUA, analisou o comportamento de juízes que deveriam decidir sobre a liberdade condicional de presos (um processo rápido, que leva 6 minutos). Em média, somente 35% dos condenados ganhavam a condicional. Mas os cientistas perceberam que os juízes eram muito mais benevolentes depois de comer. Quando eles tinham acabado de fazer uma refeição, a taxa de aprovação subia para 65%. Com o passar do tempo, a fome vinha chegando, e a concessão de liberdade condicional ia caindo. Minutos antes do próximo lanche, o índice de aprovação era quase zero.

Decidir sobre liberdade condicional e julgar a própria felicidade são tarefas complexas. Para avaliar todas as variáveis envolvidas, muitas delas subjetivas, o cérebro tenderia a ficar sobrecarregado. Por isso, ele usa atalhos. "Os nossos problemas são resolvidos no piloto automático, através de soluções que a cultura já embutiu no nosso cérebro", diz Haase.

Estudos têm revelado outra distorção: toda pessoa sempre tende ao otimismo, mesmo quando não há motivos para isso. A pesquisadora Tali Sharot, da University College London, gravou a atividade cerebral de voluntários enquanto eles imaginavam situações banais - como tirar uma carteira de identidade. Ela também pediu que os voluntários pensassem em coisas do passado. Os testes mostraram que as mesmas estruturas cerebrais são ativadas para recordar o passado e imaginar o futuro. Só que, ao imaginar o futuro, os voluntários criavam cenários magníficos - era o cérebro tentando colorir os eventos sem graça. "Cerca de 80% das pessoas têm tendência ao otimismo, algumas mais do que outras", diz ela. Para Tali, autora do livro Optimism Bias (O Viés do Otimismo, ainda sem versão em português), o otimismo é sempre mais comum que o pessimismo - seja qual for a faixa etária ou o grupo socioeconômico da pessoa. Assim, nunca acreditamos que algo vá dar errado - mesmo quando o mais racional seria pensar que sim. "As taxas de divórcio, por exemplo, chegam a 40%, 50%. Mas as pessoas que estão para casar sempre estimam suas chances de separação em o%", exemplifica Tali. Segundo ela, a inclinação natural ao otimismo também é um dos fatores que levaram à crise econômica global de 2008. "As pessoas achavam que o mercado continuaria subindo cada vez mais e ignoraram as evidências contrárias", afirma.

Ele está no controle
As manipulações criadas pelo cérebro afetam até a capacidade mais essencial do ser humano: tomar as próprias decisões. Quando você decide alguma coisa, na verdade o cérebro já decidiu - com uma antecedência que pode chegar a 10 segundos. Uma experiência feita no Centro Bernstein de Neurociência Computacional, em Berlim, comprovou que as nossas escolhas são resolvidas pelo cérebro antes mesmo de chegarem à consciência. Voluntários foram colocados em frente a uma tela na qual era exibida uma sequência aleatória de letras. O voluntário tinha que escolher uma das letras e apertar um botão sempre que ela aparecesse. Os cientistas monitoraram o cérebro dos participantes durante o experimento. E chegaram a uma descoberta impressionante: 10 segundos antes de os voluntários escolherem uma letra, sinais elétricos correspondentes a essa decisão já apareciam nos córtices frontopolar e medial, as regiões do cérebro ligadas à tomada de decisões. Cinco segundos antes de o voluntário apertar o botão, o cérebro ativava os córtices motores, que controlam os movimentos do corpo. Isso significa que, 10 segundos antes de você fazer conscientemente uma escolha, o seu cérebro já tomou a decisão para você - e até já começou a mexer a sua mão.

"O indivíduo não é livre para escolher", afirma Renato Zamora Flores, professor de genética do comportamento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O cérebro restringe previamente as suas possíveis opções e, pior ainda, escolhe uma delas antes mesmo que você se dê conta. É possível lutar contra isso. Lembra-se daquele outro tipo de pensamento, o lento-analítico? Basta colocá-lo em ação. E isso você consegue tendo calma, refletindo sobre as coisas e duvidando das suas escolhas e opiniões. Os truques do cérebro são poderosos, mas não invencíveis. Agora que você sabe como funcionam, está muito mais preparado para lidar com eles - e se tornar realmente livre para tomar as próprias decisões.

Fontes: [ Super ] 

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