segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Oito medidas simples para prevenir e aliviar a gastrite

Mastigar adequadamente e escolher os alimentos certos são algumas das maneiras de tratar a dor, causada pela inflamação das paredes do estômago

Patricia Orlando
gastrite
Gastrite: queimação, dor no estômago e náusea são os principais sintomas da doença (Thinkstock)
Queimação, dor no estômago e náusea são queixas de 15 a 30% dos pacientes que procuram um gastroenterologista. Esses sintomas são característicos de gastrite, uma inflamação aguda ou crônica nas paredes internas do estômago.

A bactéria Helicobacter pylori, que se hospeda no estômago, é apontada como uma das causadoras da gastrite. Estima-se que 80% dos brasileiros estejam infectados pela bactéria e que 5 a 15% dessas pessoas manifestem a doença. A relação entre a H. pylori e a gastrite ainda não foi compreendida pela medicina, mas acredita-se que o micro-organismo enfraqueça a mucosa estomacal, fazendo com que o suco gástrico machuque as paredes do estômago.

O uso prolongado de anti-inflamatórios não hormonais (como a aspirina) e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas são fatores que também sensibilizam a mucosa estomacal, assim como stress, tabagismo e má alimentação.
Diagnóstico — Os sintomas da gastrite são parecidos com os de refluxo, má digestão e até câncer. Por isso, o ideal é, antes de tomar um remédio por conta própria, procurar um médico, que pedirá uma endoscopia para confirmar o diagnóstico. "A automedicação alivia os sintomas no momento, mas pode mascarar outras doenças mais graves", diz o gastroenterologista Rogério Saad, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu Unesp/FMB.

Uma gastrite não tratada pode evoluir para uma úlcera, um profundo machucado na mucosa do estômago. Os sintomas da moléstia são perda de peso rápida, vômito ou fezes com sangue, febre, olhos amarelados, vômitos frequentes, anemia e presença de gânglios em regiões como pescoço e virilha.

O tratamento da gastrite segue os mesmos preceitos da sua prevenção e inclui remédios para diminuir a acidez no estômago e, na presença da bactéria H. pylori, antibióticos.

Maneiras de aliviar a gastrite


Mastigar bem a comida

A mastigação ajuda a formar o bolo alimentar, reduzir as partículas do alimento e, por isso, facilitar o processo digestivo. "Quando a pessoa não mastiga adequadamente, o organismo precisa secretar mais suco gástrico para digerir a comida, o que favorece a gastrite", diz Carolina Pimentel, gastroenterologista do Núcleo de Gastroenterologia do Hospital Samaritano de São Paulo.

Moderar no café

O café exerce uma ação irritante se a mucosa do estômago estiver inflamada. "Seria como jogar álcool numa ferida aberta: vai doer", diz o gastroenterologista Rogério Saad, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu Unesp/FMB. "A recomendação é não exagerar na quantidade e trocar cafés muito concentrados, como o expresso, por versões mais fracas ou descafeinadas."

Não exagerar no álcool

O álcool ataca diretamente a mucosa estomacal, deixando o estômago com uma menor proteção contra os efeitos ácidos do suco gástrico. "O consumo exagerado aliado a hábitos como a má alimentação pode agravar a gastrite e levar até a uma úlcera", diz Rogério Saad.

Evitar alimentos gordurosos

"Alimentos de digestão lenta, como os gordurosos, fazem o estômago produzir mais suco gástrico, o que pode agravar a gastrite", afirma o gastroenterologista Renato Simão, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo.

Comer de três em três horas

O suco gástrico é constantemente secretado pelo estômago. Por isso, deixar o estômago vazio faz com que o suco ataque diretamente a mucosa do órgão, causando as dores características da gastrite. Comer de três em três horas ajuda a manter o estômago sempre protegido.

Controlar o stress e a ansiedade

O stress e a ansiedade podem causar gastrite aguda. "Como reação a esses estados emocionais, o corpo aumenta a secreção do suco gástrico, o que machuca a parede estomacal", diz Rogério Saad. Ter hábitos relaxantes e praticar atividades físicas podem ajudar a controlar os nervos.

Não fumar

Fumar estimula a produção ácida no estômago, lesionando a barreira da mucosa gástrica. "Além disso, a nicotina altera o funcionamento do intestino, o que interfere na absorção dos alimentos", diz Renato Simão.

Tomar anti-inflamatórios não hormonais controladamente

Os anti-inflamatórios não hormonais, como a aspirina, podem afetar tanto na diminuição do muco, quanto no aumento do suco estomacal. "Muitas pessoas tomam esses medicamentos sem precisar. Seu uso descontrolado pode causar gastrite", diz Carolina Pimentel. 

Fontes: Carolina Pimentel, gastroenterologista do Núcleo de Gastroenterologia do Hospital Samaritano de São Paulo; Luis Gonzaga Vaz Coelho, gastroenterologista da Federação Brasileira de Gastroenterologia; Renato Simão, gastroenterologista e cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo; Rogério Saad, gastroenterologista e professor do departamento de gastroenterologia da Faculdade de Medicina de Botucatu Unesp/FMB.

Enquanto alguns candidatos preferem guardar seu dinheiro embaixo do colchão, outros utilizam o patrimônio para voar.

Meningite transmitida por parasitas se espalha pelo Brasil


Meningite eosinofílica foi diagnosticada 34 vezes no país nos últimos 8 anos. Principal vetor da doença no país é o caramujo gigante africano
REDAÇÃO ÉPOCA, 
COM ESTADÃO CONTEÚDO
04/08/2014 


O caramujo gigante africano é bastante comum em jardins. Cuidado! (Foto: Thinkstock)

Um novo tipo de meningite, transmitido por parasitas, está se espalhando pelo país. Diferentemente das formas mais conhecidas da doença, virais e bacterianas, a chamada meningite eosinofílica é transmitida por um verme, o Angiostrongylus cantonensis. Desde 2006, ela já foi diagnosticada 34 vezes em seis estados brasileiros, nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste. Entre os casos, foi registrada uma morte. As informações foram reunidas num estudo publicado pela revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, que alerta para o avanço da doença no país.

O verme A. cantonensis costuma estar presente em crustáceos e moluscos. Segundo o levantamento, o caramujo gigante africano é o vetor mais frequente deste verme no Brasil. Os caramujos ingerem fezes de roedores contaminadas com larvas do verme. Quando se locomovem, liberam um muco, para facilitar seu deslizamento, que também contém larvas. As pessoas são infectadas ao ingerir esse muco. Isso pode ocorrer no consumo de legumes, verduras, e frutas mal lavados, por exemplo. Ou ao tocar em plantas e vegetais sujos e depois levar a mão à boca.

"O caramujo gigante africano está em todos os lugares: no quintal, na pracinha, nas ruas. Como está próximo (das pessoas), facilita o contágio. E já foi encontrado em todos os Estados, exceto no Rio Grande do Sul", diz a bióloga Silvana Thiengo, chefe do laboratório de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz. Segundo a especialista, há formas simples de evitar o contágio, como lavar as mãos com frequência e deixar hortaliças e frutas de molho por 30 minutos em um litro de água com uma colher de sopa de água sanitária.

Os sintomas da meningite eosinofílica são semelhantes aos das outras formas da doença: dor de cabeça persistente, febre alta e, menos frequentemente, rigidez na nuca. A doença pode deixar sequelas como disfunção nos movimentos de braços e pernas, redução ou perda da visão e audição. O que permite diferenciá-las é o exame do liquor, líquido entre as meninges, extraído por punção lombar. O aumento de eosinófilos, que são células de defesa do organismo, é um sinal típico da infecção por parasita. O tratamento é feito com corticoides, a fim de reduzir a reação inflamatória.

"Os médicos não estão atentos a essa forma da doença, por falha de educação e de treinamento. Eles querem saber se a meningite é viral ou bacteriana e não prestam atenção aos outros agentes", afirma o médico Carlos Graeff-Teixeira, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Su (PUC-RS), um dos autores do artigo.

Nova forma da doença já foi diagnosticada em seis Estados; houve pelo menos 34 casos e uma morte desde 2006


Principais sintomas
Os sintomas mais comuns da meningite eosinofílica incluem:
Dor de cabeça forte;
Rigidez na nuca, dor e dificuldade em mexer o pescoço;
Náuseas e vômitos;
Febre baixa;
Formigamento no tronco, braços e pernas;
Confusão mental.

Perante estes sintomas, a pessoa deve ir imediatamente ao hospital para fazer um exame chamado punção lombar, que consiste na retirada de uma pequena quantidade de liquor da medula espinhal. Este exame é capaz de identificar se este líquido encontra-se contaminado, e se estiver, por qual micro-organismo, o que é fundamental para decidir como será feito o tratamento.

Como é feito o Tratamento

O tratamento para meningite eosinofílica deve ser feito em internamento no hospital e, geralmente, é feito com remédios antiparasitários, analgésicos, para aliviar as dores de cabeça, e corticoides, para tratar a inflamação da meningite, que afeta as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinal, chamadas meninges, e também é útil para diminuir a pressão cerebral.

Se a pressão no cérebro não diminuir com os remédios, o médico poderá fazer várias punções lombares para aliviar mais eficazmente a pressão.

Quando o tratamento não é feito o mais rapidamente possível, o paciente pode ficar com sequelas, como perda de visão e audição ou diminuição da força muscular, principalmente nos braços e nas pernas. 

A meningite eosinofílica é causada por parasitas que são transmitidos aos seres humanos da seguinte forma:

- As pequenas larvas alojam-se no intestino dos ratos, sendo eliminadas através de suas fezes;
- O caramujo se alimenta com as fezes do rato, ingerindo o parasita;
- Ao consumir o caramujo contaminado ou alimentos contaminados com suas secreções o parasita chega na corrente sanguínea do homem e alcança seu cérebro, causando meningite.

Desta forma, é possível contrair essa meningite quando:

- Ingerem moluscos mal cozidos, como caracóis, caramujo ou lesmas que estão contaminados com as larvas;

- Ingerem alimentos, como verduras, legumes ou frutas mal lavadas que estão contaminadas com as secreções liberadas pelos caracóis e as lesmas para se moverem;

- Ingerem camarão de água doce, caranguejos e rãs que se alimentaram de moluscos infectados.

Depois da pessoa ingerir as larvas, elas vão pela corrente sanguínea até ao cérebro, causando esta meningite.

Como se proteger

Para se proteger e não ser contaminado com o parasita que causa a meningite eosinofílica é importante não consumir animais que estejam contaminados, mas como não é possível identificar se um animal está contaminado, somente pela sua aparência, não é recomendado comer este tipo de animal.

Além disso, para evitar esta doença deve-se lavar muito bem todas as verduras e frutas que possam estar contaminadas com as secreções deixadas pelas lesmas, por exemplo.

Os caramujos costumam surgir em épocas de chuvas, não têm predadores naturais e se reproduzem muito rapidamente, sendo facilmente encontrados em jardins e quintais até mesmo nas grandes cidades. Por isso, para eliminar as lesmas e caramujos é recomendado coloca-las numa sacola plástica totalmente fechada, quebrando sua casca.

O animal não é capaz de sobreviver mais de 2 dias fechado dentro de um saco plástico onde não pode beber água e se alimentar. Não é recomendado colocar sal por cima deles porque isso causará sua desidratação, liberando intensa secreção, que pode contaminar o ambiente à sua volta.

domingo, 3 de agosto de 2014

Aquela





Minha amada é de carne,
de pele e pêlo.
Ora é negra, ora é loura, ora é vermelha.
Minha amada é três. É trinta e três.
Minha amada é lisa, é crespa, é salgada, é doce.
Ela é flor, é fruto, é folha, é tronco.
Também é pão, é sal e manga-rosa.
Minha amada é cidade de ruas e pontes.
É jardim de arrancar flores pelo talo.
Ela é boazuda e é bela como uma fera.
Minha amada é lúbrica, é casta, é catinguenta.
Minha amada tem bocas e bocas de sorver,
de sugar, de espremer, de comer.
Minha amada é funda, latifúndia.
Minha amada é ela, aquela que não vem.
Ainda não veio, nunca veio, ainda não.
Mas virá, ora se virá. A diaba me virá.


Darcy Ribeiro
(1922-1997)

A TIRANIA DA INVEJA


inveja
Sou um sobrevivente e, espero, você também. Porque ela é tirana. Atende por vários codinomes – cobiça, ganância, olho gordo – e se esgueira sorrateira pelos ambientes corporativos. Estou falando daquele sentimento que a sabedoria popular costuma tratar como a arma dos incompetentes: a inveja.
Como toda a energia do invejoso é canalizada para prejudicar o outro, a atitude enterra carreiras, mingua a produtividade, compromete o trabalho em equipe. O ambiente fica tenso e boa parte do tempo é desperdiçado para se aparar arestas. Muitas vezes, é fruto do estímulo da organização a um clima de  competitividade, que acaba saindo do nível aceitável. E a força destrutiva de um invejoso não deve ser menosprezada. Quem já passou por isso sabe do que estou falando.
Para sobreviver a tamanho opressor, só desenvolvendo uma habilidade cada vez mais requisitada nas empresas, a  resiliência.  Em resumo, é estar preparado para não se deixar abater.  O resiliente consegue dar a volta por cima e, a cada nova experiência ruim, fica mais maduro para lidar com obstáculos de maneira mais tranquila. É preciso ter força para não reagir e debelar a raiva que é nosso instinto natural. O desfio é não se deixar contaminar por quem está ali para semear a discórdia. Gente, a inveja às vezes é tão forte que pode até parecer onipresente, mas está longe de ser onipotente – a não ser que a gente permita.
by tecendo opinião

Ataque de Israel a escola da ONU mata nove pessoas em Gaza Trata-se do terceiro ataque israelense a uma escola da ONU em dez dias





REDAÇÃO ÉPOCA COM AGÊNCIAS
03/08/2014 12h44



Palestino carrega uma das vítimas do ataque israelense a uma escola da ONU na cidade de Rafah na Faixa de Gaza. Foi o terceiro ataque a uma escola da ONU em 10 dias (Foto: EFE/EPA/STRINGER)


Pelo menos nove pessoas morreram e dezenas ficaram feridas depois de um projétil israelense detonar na frente de uma escola da ONU na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. A escola servia de abrigo para cerca de 3 mil pessoas desabrigadas pelo conflito.
O ataque aconteceu às 10:50 (hora local), quando muitas das crianças brincavam próximo ao portão da escola, e compravam doces vendidos por moradores locais.

>>Mais uma escola bombardeada em Gaza, e ao menos 19 mortos

Segundo testemunhas, o míssil foi disparado por um dos drones israelenses que sobrevoa Rafah. A escola se transformara em um centro para refugiados desde o início da operação Margem Protetor. Os mortos, segundo o Guardian, incluem dois garotos de 10 e 13 anos, moradores da vizinhança, que vendiam biscoitos na porta do colégio.

Esse foi o terceiro ataque israelense a escolas da ONU em dez dias. Durante a atual ofensiva militar, projéteis do Exército israelense atingiram em pelo menos outras cinco ocasiões diferentes complexos da ONU, causando várias vítimas. No começo da semana, tanques israelense bombardearam um escola na cidade de Jabaliya. O secretário geral da ONU, Ban Ki-Monn condenou o ataque, que matou 16 pessoas.

RC

Enfim, nossa recompensa: "O Maranhão sem Sarney – pelo menos nas urnas"


Desde 1966, apenas um governador se elegeu contra a vontade de José Sarney. Neste ano, o grupo dá sinais claros de enfraquecimento com a aposentadoria de Sarney e a desistência de Roseana de disputar as eleições

Gabriel Castro, de São Luís

Revista em loja de São Luís destaca aposentadoria de Sarney
Revista em loja de São Luís destaca aposentadoria de Sarney - Gabriel Castro/VEJA
O município de Presidente Sarney parece uma versão maranhense das cidades do Velho Oeste americano: tudo se resume a uma empoeirada avenida principal, cortada por ruas onde o asfalto é raro, e bodes, bois e porcos pastam livremente. No dia em que o site de VEJA esteve na cidade, na última quarta-feira, uma camionete da Polícia Militar patrulhava incessantemente o ponto mais movimentado da cidade, como que em busca de suspeitos. Mas Presidente Sarney fica no Maranhão: ao mesmo tempo, dezenas de pessoas chegavam das áreas rurais amontoadas em paus de arara e se organizavam em uma longa fila do lado de fora da casa lotérica onde são distribuídos os recursos do Bolsa Família. 
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Grande parte da população de Presidente Sarney vive na área rural, de agricultura familiar e extrativismo. O analfabetismo está na casa dos 40%. A cidade é o melhor exemplo do que, 48 anos atrás, o recém-eleito governador José Sarney apontava como o dilema maranhense: "O Maranhão não suportava mais, nem queria, o contraste de suas terras férteis, de seus vales úmidos, de seus babaçuais ondulantes, de suas fabulosas riquezas potenciais com a miséria, com a angústia, com a fome e o desespero".

O contraste continua. Em 2014, as casas de pau a pique continuam existindo por todo o território maranhense. O Estado tem o segundo menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Mas, hoje, às vésperas de se aposentar, o outrora jovem político se tornou o maior símbolo daquilo que dizia combater. Desde 1966, apenas um governador se elegeu contra a vontade de Sarney: Jackson Lago, em 2006. Ele não concluiu o mandato porque foi retirado do posto pela Justiça Eleitoral. Quem assumiu o cargo foi Roseana Sarney. O nome de Sarney, seus parentes e aliados está presente em incontáveis escolas, pontes, rodovias, avenidas, hospitais, fóruns e municípios – além de Presidente Sarney, existe a cidade de Governador Edison Lobão.
Na pobreza, Presidente Sarney se iguala à maior parte dos municípios do Maranhão. Obviamente, o ex-governador não inventou a miséria no Estado. Mas, em cinco décadas, ele e seu grupo político foram incapazes de dar aos municípios maranhenses um padrão de vida digno. Ao mesmo tempo, recorreram a métodos condenáveis de cooptação política. Sarney assumiu o cargo como um renovador: era um jovem político de boa formação intelectual e pouco ligado aos coronéis. Aos poucos, ele concentrou um poder muito superior ao dos cargos que ocupava. 
As eleições deste ano ficarão marcadas pela aposentadoria do ex-presidente da República, que se preparava para disputar mais um mandato no Senado quando anunciou sua desistência em meio a um prognóstico de incertezas na disputa. O cenário já foi melhor para Sarney. A filha dele, Roseana, vai concluir em dezembro seu mandato de governadora e também ficará foradessas eleições. O favorito para sucedê-la é um adversário histórico da família.
O nome que pode derrotar o grupo de Sarney é o de Flávio Dino (PC do B), um ex-juiz federal que aparece com uma larga vantagem nas pesquisas de intenção de voto. Ele tem a seu lado partidos de peso, como PSDB e PP, e atrai até mesmo uma ala considerável do PT – que, oficialmente, apoia Lobão Filho (PMDB).
"Nós queremos derrotar o Sarney como um caminho para o Estado crescer. É um poder familiar, patriarcal, patrimonialista e oligárquico impede que o Estado desenvolva suas potencialidades", diz o candidato comunista, que conta com apoio de PSB, PP e PSDB.
Já Lobão Filho, herdeiro político do grupo de Sarney, não teme entrar para a história como o responsável por uma derrota emblemática. "Tenho 195 prefeitos dos 217, tenho o dobro de tempo de televisão, sou muito mais preparado que o candidato adversário. Quando começar a campanha de verdade,  tenho  absoluta certeza da vitória do meu grupo político", diz ele.
A perda de influência de Sarney é nítida. Entretanto, não foi resultado de uma reviravolta súbita, nem de uma revolução política no Estado. A decadência ocorre de forma lenta e constante. Um fator importante é a simples renovação de eleitores. Edrielle de Cássia, por exemplo, tem 17 anos e é estudante em Presidente Sarney. Mas o primeiro voto dela será é de Flávio Dino. "O Sarney nunca fez nada pela nossa cidade", diz ela. 
Lobão Filho, apesar de herdeiro de uma figura influente no Estado, também não é tão popular quanto os integrantes do clã Sarney. "Se fosse a Roseana, era mais fácil. Mas não conheço o Lobão", diz a balconista Valdelice Chagas, da cidade de Central do Maranhão.
Há também os que se desiludiram com o grupo de Sarney, como o fisioterapeuta Frederico de Araújo, que vive em Pinheiro – terra-natal do ex-presidente: "Sempre votei neles, mas chega uma hora em que é preciso mudar". 
Os eleitores fiéis ao ex-presidente, entretanto, ainda são muito numerosos. "É igual casamento. Você pode se desentender com sua mulher de vez em quando. Mas ruim com ela, pior sem ela", diz a funcionária pública Maria das Virgens Nogueira, moradora de Pinheiro e fiel defensora de Sarney.
Independentemente do resultado das eleições deste ano, a popularidade de José Sarney deve continuar em declínio. Mas popularidade em queda não significa ostracismo. O homem mais poderoso do Maranhão continua exercitando muito bem uma prática típica dos coronéis do começo do século XX: o suporte ao presidente do momento em troca de sua lealdade incondicional no Estado. Por isso, muito tempo ainda vai se passar até que a influência de Sarney suma da política brasileira. Mesmo com o o ex-presidente fora do poder público, ele manterá seus indicados em estatais, continuará tendo grande poder nas decisões do PMDB e manterá sua influência no Judiciário. Mas a História é escrita sobretudo a partir de eventos simbólicos, e as eleições de 2014 podem ficar marcadas como a derrocada do homem mais poderoso do Maranhão.
by Veja

Sedentarismo é o maior vilão da epidemia de obesidade nos EUA

Obesidade

Estudo mostrou que aumento do peso da população foi acompanhado por redução na prática de exercícios, mas não por piora na alimentação

Sedentarismo: estudo aponta a falta de atividade física como principal causadora da epidemia de obesidade americana
Sedentarismo: estudo aponta a falta de atividade física como principal causadora da epidemia de obesidade americana(Thinkstock/VEJA)
O principal culpado pela atual epidemia de obesidade nos Estados Unidos não é a má alimentação, mas sim o sedentarismo. É o que conclui uma nova pesquisa da Universidade Stanford, que analisou dados coletados durante vinte anos por um levantamento nacional de saúde.
Os pesquisadores observaram que, durante esse período, os americanos diminuíram significativamente os seus níveis de atividade física, ao passo que o índice de massa corporal (IMC) médio da população aumentou. Por outro lado, a quantidade de calorias consumidas permaneceu estável.
CONHEÇA O CASO

Título original: Move More, Eat Less:It’s Time for Americans to Get Serious about Exercise​

Onde foi divulgada: periódico The American Journal of Medicine​

Quem fez: Uri Ladabaum, Ajitha Mannalithara, Parvathi Myer e Gurkirpal Singh,

Instituição: Faculdade de Medicina da Universidade Stanford, Estados Unidos

Resultado: A epidemia de obesidade dos EUA ocorreu com o aumento do sedentarismo entre a população, e não com mudanças na alimentação.
Para se ter uma ideia, em 2010 mais da metade (51,7%) das mulheres adultas do país eram consideradas sedentárias, ou seja, não praticavam nenhuma atividade física nas horas vagas. É mais que o dobro da taxa de sedentarismo registrada em 1994, que foi de 19,1%. Os homens, embora se exercitem mais do que as mulheres, também apresentaram um aumento na prevalência de sedentarismo, de 11,4% em 1994 para 43,5% em 2010.
Durante esse intervalo de tempo, o IMC médio da dos americanos cresceu 0,37% ao ano, sendo que o aumento mais acentuado aconteceu entre mulheres mais jovens. Além disso, a circunferência abdominal da população feminina aumentou 0,37% por ano e a da masculina, 0,27%.
O total de calorias consumidas ao dia, no entanto, não teve alterações significativas ao longo desse tempo. “A nível populacional, encontramos uma relação significativa entre aumento do IMC e da circunferência abdominal e o sedentarismo, mas não a ingestão calórica”, diz Uri Ladabaum, professor da Faculdade de Medicina de Stanford e coordenador da pesquisa. Segundo ele, porém, isso não significa que uma má alimentação não provoca a obesidade, mas sim que o sedentarismo é o maior causador do aumento do problema nos Estados Unidos.
O estudo foi publicado nesta semana no periódico The American Journal of Medicine.

Cinco passos para sair do sedentarismo
Avalie o seu físico

Passar por uma avaliação de flexibilidade, fôlego, força muscular e composição corporal é importante para medir o progresso que virá com a prática de exercícios. Esse teste pode ser feito por um profissional de educação física. Já pessoas sedentárias com mais de 40 anos ou que tenham algum fator de risco, como sobrepeso e hipertensão, devem agendar uma consulta com um médico antes de iniciar uma atividade física. "Há recursos que traçam o perfil do indivíduo e permitem dizer se ele pode fazer exercícios mais intensos ou se deve optar pelos moderados", diz o fisiologista Turíbio Leite de Barros. Trata-se de testes como o cardiopulmonar, que mede a aptidão cardiorrespiratória, e o ergométrico, que avalia o coração em situação de stress, geralmente com o paciente se movimentando em uma esteira ou bicicleta estacionária.

Estabeleça metas realistas

Ter objetivos ao iniciar uma atividade física é motivador – desde que eles sejam realistas. "Uma pessoa que decidir perder 10 quilos em dois meses dificilmente vai conseguir alcançar a meta e, de certo, vai desistir do compromisso", diz Renato Dutra. O ideal, segundo o educador físico, é estabelecer objetivos de curto (um a três meses), médio (quatro a seis meses) e longo prazo (um a dois anos). "Metas possíveis para um sedentário são, por exemplo, emagrecer 1 quilo em dois meses ou, em um mês, correr 10 minutos ou subir um lance de escada sem se sentir tão cansado." Um dos melhores estímulos é enxergar os resultados.

Escolha um exercício prazeroso

É comum que corrida e musculação, pela difusão e pela praticidade, sejam as primeiras opções na hora de escolher um exercício. Mas isso não quer dizer que elas sejam prazerosas para todo mundo. A regra é experimentar diferentes modalidades até encontrar a mais agradável. "Para sair do sedentarismo, a pessoa deverá buscar um exercício com o qual se identifique", diz Renato Dutra. "Só assim ela descobrirá que, em vez de musculação, prefere pilates, ou que se sai melhor na dança do que na corrida.

Comece devagar

Pessoas que não estão acostumadas a se exercitar devem começar uma atividade física aos poucos, com uma intensidade leve e respeitando os limites do corpo. Isso vai ajudar a evitar lesões e diminuirá as chances de o indivíduo se sentir desestimulado com o exercício. Variar as modalidades também é uma medida que ajuda a espantar o desânimo. "Faça, por exemplo, musculação em um dia, um exercício aeróbico no outro e uma aula de alongamento no dia seguinte”, diz o educador físico Renato Dutra.  

Persista nos novos hábitos

É normal que uma pessoa decida se exercitar duas vezes por semana, mas, logo no início, um imprevisto a impeça de cumprir esse objetivo. "Ela não pode desanimar por causa disso. Se não deu, deve tentar de novo na outra semana. Para criar um hábito, é preciso investir nele, reforçando determinados comportamentos. Uma pessoa que sempre foi sedentária não pode ser tão exigente consigo mesma”, afirma Dutra

by Veja

Catadora de lixo de Volta Redonda passa em Direito na UFF


Publicado em 05/06/2014, às 19h39 
JM Coelho
Maria Nazaré disse que escolheu o Direito para poder defender as mulheres e principalmente outras catadoras
Objetivo: Maria Nazaré disse que escolheu o Direito para poder defender as mulheres e principalmente outras catadoras

Pedro Borges
pedro.borges@diariodovale.com.br

Volta Redonda


Um exemplo de superação e persistência. É assim que pode ser definida a história da catadora de lixo, Maria Nazaré dos Santos. Com 55 anos, a moradora de Volta Redonda estudou sozinha, e contra todas as adversidades, conseguiu ser aprovada no vestibular da UFF (Universidade Federal Fluminense), através da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e agora cursa Direito na instituição.
Natural de Viçosa, em Minas Gerais, Maria Nazaré contou que estudava sempre à noite, duas horas por dia, além de buscar dicas com outras pessoas.
- Começava 23h, quando estava em casa e ia até 1h da manhã. A ficha está começando a cair e junto com ela vai vir à responsabilidade. Eu não imaginei que iria passar. Além do material que eu tinha para estudar, eu procurava conversar com pessoas que tem estudo e sabem como funciona a prova para pegar dicas de como fazer a prova. Sabia que a redação era a mais complicada e por isso me dediquei mais nesse quesito - falou Maria Nazaré, lembrando que mesmo estudando até de madrugada, tinha que acordar às 6h para trabalhar.
Além da faculdade, ela divide o tempo com a presidência da Cooperativa Multifuncional de Catadoras do Sul Fluminense, onde coordena outras 14 mulheres. Segundo ela, o ingresso na faculdade e o novo cargo na cooperativa, são apenas fruto de uma caminhada que começou no ano 2000, quando começou a trabalhar em Volta Redonda.
Ela contou que como parou de estudar na 6ª série do Ensino Fundamental, resolver retomar os estudos após 18 anos longe das salas de aula. Para isso, ela se inscreveu em um supletivo.
- Quando resolvi voltar a estudar eu trabalhava lá no final da Cicuta, perto da UBM e usava o horário do almoço para poder ler as matérias. Saía do trabalho umas 17h e ia andando até o Conforto e aproveitava o caminho para também poder estudar, mesmo andando. Tenho essa facilidade para poder aprender as coisas e consegui terminar o Ensino Fundamental - disse ela, que também concluiu o Ensino Médio através de um supletivo.
- A conclusão (do Ensino Médio) me proporcionou uma carteira assinada que eu nunca havia tido na minha vida. Nunca é tarde para começar a mudar a sua vida e voltar a estudar. Para conseguir alguma coisa tem que se sacrificar e foi isso que eu fiz e consegui - completou, orgulhosa do feito.

Exemplo no trabalho

E a conquista de Maria Nazaré serve como exemplo para as demais catadoras da cooperativa.
- Sou a primeira das catadoras a entrar em uma faculdade. Assim que fiz a inscrição no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) levei o comprovante para elas e falei que gostaria muito que elas crescessem junto comigo. E tenho certeza que isso irá acontecer. Não só elas, mas a juventude, que ao invés de desperdiçar o tempo com coisas erradas, deveriam ocupar com os estudos. Os nossos jovens estão se perdendo e se a pessoa quiser algo na vida, tem que estudar - afirmou. 
Ligada a movimentos em pró das mulheres, Maria Nazaré contou que exatamente por isso optou pela faculdade de Direito, já que pretende continuar lutando pelos direitos das catadoras do Sul Fluminense.
- Existem muitas leis que não são respeitadas e também muitas que precisam ser renovadas. A constituição é antiga, mas se a gente ficar parados nada vai mudar. Eu quero me aperfeiçoar e aprender mais para poder lutar cada vez mais sobre os direitos das catadoras - garantiu Maria Nazaré que está contando os dias para o primeiro dia de aula.
- Um sonho sem agir é apenas um sonho. Já se você agir se torna realidade. Eu consegui e espero que mais gente também consiga. Estou muito ansiosa para começar as aulas e não quero parar na faculdade. Quero cada vez mais e continuar lutando pelos direitos das catadoras. Uma Nazaré sozinha lutando é uma coisa, agora todas lutando é muito mais forte - enfatizou.

Orgulho

Uma das professoras de Maria Nazaré foi a secretária de Políticas Públicas para Mulheres de Volta Redonda, Glória Amorim. Ela revelou que tem um orgulho muito grande da ex-aluna, que segundo Glória, é formada na escola da vida.
- Sempre falei que ela iria ouvir muita coisa boa, mas também muita coisa ruim. Então sempre disse para apenas absolver as boas e fazer uma análise crítica daquilo e procurar entender. Foi assim que ela aprendeu tudo. Tenho muito orgulho dela e tenho certeza que ela é um grande exemplo para qualquer pessoa - falou Glória que ainda destacou que Nazaré é uma grande parceira nas lutas pelos direitos das mulheres.
- É uma guerreira. Sempre está com a gente em diversos lugares lutando pelas catadoras e mulheres. Ela está de parabéns por tudo que andou conquistando e pode ter certeza que mais coisas boas estão por vir - encerrou.

by diario do vale

New York Times' veicula anúncio de página inteira de empresa de cannabis


O jornal americano The New York Times estampa na sua edição deste domingo um anúncio de página inteira de uma companhia da indústria de marijuana – reforçando a posição do jornal em favor da legalização desta substância.

A companhia, Leafly, avalia e critica diferentes variedades de cannabis, mais ou menos como revistas voltadas para produtos de consumo ajudam a informar a escolha dos compradores.

No mês passado, Nova York se tornou o 23º Estado americano a legalizar o uso de cannabis para fins medicinais.

O diário nova-iorquino, de tendência liberal, saudou a iniciativa e pediu a legalização da maconha em editorial no último domingo.

No texto, o conselho editorial do jornal argumentou que a atual proibição da droga é prejudicial à sociedade, já que a maconha causa me nos danos à saúde que o álcool ou o tabaco.



Debate crescente


O assunto virou um tema central no debate público americano, principalmente desde que os Estados do Colorado e de Washington passaram a permitir a substância para fins recreativos, neste ano.

Os defensores da legalização acreditam poder conseguir algum tipo de liberalização também no Alasca, Arizona e Oregon, e talvez uma espécie de referendo nos próximos anos na Califórnia.

Porém, a legislação federal americana proíbe o uso de maconha, considerada uma droga perigosa e sem valor medicinal.

O governo do presidente Barack Obama disse que vai tolerar a experiência dos dois Estados que legalizaram a marijuana, mas que não tem intenção de mudar a legislação nacional.

O tema também levanta uma discussão regional sobre as drogas, já que os EUA são o principal defensor da estratégia de "guerra" contra o narcotráfico no hemisfério.

Enquanto a tática até agora privilegiou a ação armada, requereu bilhões de dólares e resultou em dezenas de milhares de mortos da Colômbia ao México, outros países discutem saídas alternativas, ilustradas pela legalização da maconha no Uruguai.



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Terremoto deixa 150 mortos e 80 feridos no sudoeste da China

Tremor atingiu magnitude de 6,1. Pelo menos duas pessoas estão desaparecidas

03/08/2014 
09:43:00

Um terremoto de magnitude de 6,1 atingiu o sudoeste da China na manhã deste domingo (3) - horário de Brasília. Segundo a agência chinesa Xinhua, pelo menos 150 pessoas morreram e 2 estão desaparecidas. Oitenta ficaram feridos no distrito de Qiaojia, área mais afetada.

Uma equipe de resgate de 30 pessoas foi enviada ao epicentro do terremoto. Foto: AFP


















O início do terremoto foi registrado a 11km da cidade de Wenping, a uma profundidade de 10km.
Ainda segundo a agência chinesa, a eletricidade e o serviço de telecomunicações foram cortados e o tremor danificou prédios antigos. As autoridades mandaram 2 mil tendas, 3 mil camas dobráveis, 3 mil edredons e 3 mil casacos à área afetada.
O sudoeste da China é a área mais afetada por terremotos e, nesta época do ano, por chuvas intensas, que já causaram inundações e deslizamentos de terra.
by correio 24h

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