terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Chapa alternativa da oposição é eleita para comissão do impeachment


Integrantes de chapa avulsa foram eleitos em votação secreta no plenário.
Em meio à votação, houve confusão e deputados quebraram urnas.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
Em votação secreta, a Câmara dos Deputados elegeu nesta terça-feira (8), por 272 votos, a chapa alternativa integrada por deputados de oposição e dissidentes da base governista para a comissão especial do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A sessão que definiu os nomes dos deputados responsáveis por analisar o pedido de afastamento da chefe do Executivo foi marcada por tumultos no plenário.
Deputados governistas inconformados com o fato de Cunha ter determinado votação secreta e ter autorizado a candidatura de uma chapa avulsa tentaram impedir a eleição. Eles chegaram aquebrar parte das urnas eletrônicas instaladas no plenário para a votação.
A chapa vencedora, batizada de "Unindo o Brasil", foi protocolada por parlamentares oposicionistas e dissidentes da base governista na tarde desta terça com a adesão de 39 deputados de PSDB, SD, DEM, PPS, PSC, PMDB, PHS, PP, PTB, PEN, PMB, PSB e PSD (veja a lista com os deputados ao final desta reportagem).
Ao final da votação, os deputados oposicionistas que derrotaram o governo comemoraram no plenário. Depois, cantaram o Hino Nacional erguendo uma bandeira do Brasil.
Ao todo, a comissão especial será formada por 65 parlamentares titulares e o mesmo número de suplentes. Os partidos que não tiveram indicações na chapa vencedora serão convocados a apresentar as indicações para completar as vagas.
Uma sessão extraordinária da Câmara havia sido marcada para a noite desta segunda (7) para eleger a comissão que irá analisar o processo, mas foi adiada em razão do impasse dentro das bancadas para definir os representantes e, principalmente, por conta da insatisfação de uma ala do PMDB com os nomes definidos pelo líder da sigla, deputado Leonardo Picciani (RJ).
Na semana passada, os líderes partidários haviam entrado em acordo para não permitir candidaturas avulsas. No entanto, nesta segunda-feira, deputados da oposição e dissidentes do PMDB reivindicaram a possibilidade de lançar chapa avulsa.
O objetivo da chapa alternativa é compor um grupo com deputados do PMDB que são críticos ao governo Dilma, já que o líder da bancada na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), deve apresentar apenas nomes mais em sintonia com o Palácio do Planalto.
Líderes da oposição reunidos nesta terça (8) na Câmara dos Deputados (Foto: Robson Gonçalves/Câmara dos Deputados)Líderes da oposição reunidos nesta terça (8) na Câmara dos Deputados (Foto: Robson Gonçalves/Câmara dos Deputados)
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou e decidiu postergar para esta terça o prazo de indicação de nomes e eleição para a comissão especial. A decisão foi criticada pelos líderes do PMDB, do governo e do PT.
"É inaceitável. Essa comissão já começa inviabilizada. Está se permitindo uma briga interna das bancadas com indicação de membros para outra chapa", criticou Sibá. "É uma confusão. É a segunda mexida. O prazo para indicação era hoje às 14h. O presidente passou para 18h. Agora remarca para amanhã e permite que dentro de uma mesma bancada haja indicações para outra chapa. É inaceitável", disse na segunda o líder do PT, Sibá Machado (AC).
Votação
A eleição da comissão especial será secreta, por meio de urnas eletrônicas. As urnas terão as opções de chapa 1 (a indicada pelos líderes); a chapa 2 (indicada pelos oposicionistas e dissidentes) e em branco.
Após a votação, o resultado será divulgado no painel eletrônico do plenário – por se tratar de votação secreta, apenas o placar será divulgado. O presidente da Casa, Eduardo Cunha, poderá participar da eleição – o regimento interno da Câmara permite a votação por parte do presidente em votações secretas.
A chapa indicada pelos líderes tem 49 deputados e a chapa da oposição e dissidentes tem 39 deputados. Uma delas sendo eleita, será preciso fazer eleição suplementar para preencher as vagas restantes de cada uma (16, se for eleita a chapa de 49; 26, se for eleita a chapa de 39).
Esta eleição suplementar poderá ser realizada ainda nesta terça, mas até a última atualização desta reportagem não havia definição sobre isso.
Veja os integrantes da chapa alternativa:
PMDB (8 vagas)
Osmar Terra (RS)
Lelo Coimbra (ES)
Carlos Marum (MS)
Lúcio Vieira lima (BA)
Manoel Junior (PB)
Mauro Mariani (SC)
Flaviano Melo (AC)
Osmar Serraglio (PR)
PSDB (6 vagas)
Carlos Sampaio (SP)
Bruno Covas (SP)
Shéridan (RR)
Rossini (PR)
Nilson leitão (MT)
Paulo Abi-Ackel (MG)
PSB (4 vagas)
Fernando Coelho Filho (PE)
Danilo Forte (CE)
Bebeto (BA)
Tadeu Alencar (PE)
PSD (4 vagas)
Sóstenes cavalgante (RJ)
Evandro Roman (PR)
João Rodrigues (SC)
Delegado Éder Mauro (PA)
PP (4 vagas)
Jerônimo Goergen (RS)
Jair Bolsonaro (RJ)
Luiz Carlos Heinze (RS)
Odelmo Leão (MG)
PTB (3 vagas)
Ronaldo Nogueira (RS)
Benito Gama (BA)
Sérgio Moraes (RS)
SD (2 vagas)
Fernando Francischini (PR)
Paulo Pereira da Silva (SP)
DEM (2 vagas)
Rodrigo Maia (RJ)
Mendonça Filho (PE)
PSC  (2 vagas)
Marco Feliciano (SP)
Eduardo Bolsonaro (SP)
PPS (1 vaga)
Alex Manente (SP)
PEN (1 vaga)
André Fufuca (MA)
PHS (1 vaga)
Kaio Maniçoba (PE)
PMB (1 vaga)
Major Olímpio (SP)
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Impeachment Dilma trâmite arte (Foto: Arte/G1)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

7 exemplos de como os formadores de opinião tratavam o impeachment nos tempos de Collor

9 PROMESSAS FURADAS CONTADAS POR DILMA NA CAMPANHA (E QUE SEU ELEITOR SEQUER DESCONFIOU)


23 anos. É o espaço que separa os protestos pedindo o impeachment de Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff.

Collor, o primeiro presidente eleito pelo voto direto desde a redemocratização, foi também o primeiro presidente a sofrer um processo de impeachment na história do país. A denúncia que lhe derrubou, em 1992, foi aceita pelo Congresso com base num conjunto de evidências que indicavam que não havia como ele não saber dos casos de corrupção envolvendo PC Farias, seu tesoureiro de campanha. Apesar dos indícios, no entanto, não havia qualquer prova irrefutável contra o ex-presidente, que acabou inocentado posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal. Seu impeachment, como jamais foi negado por seus opositores, foi obra política – como é praxe nos processos de impeachment nos países democráticos. Collor havia perdido legitimidade para governar, deixando o país paralisado, completamente entregue aos apuros que seu governo havia criado. Mesmo eleito pelo voto, sua queda, à luz da história, foi justa e inevitável.

Dilma é a presidente mais rejeitada da história. Seu governo não é aprovado por 92% da população brasileira e mais de 2/3 do país pede seu impeachment – número que mesmo Fernando Collor jamais enfrentou. Envolta na pior crise econômica desde a saída de Collor, e em casos de corrupção que abalam seu tesoureiro de campanha, estatais e o primeiro escalão de seu partido, seu governo é mais rejeitado entre os mais pobres do que entre os mais ricos – segundo as últimas pesquisas de opinião, 69% dos que ganham até 2 salários mínimos são a favor do impeachment, contra 59% dos que ganham acima dos 10 salários (25% dos mais pobres são contra ante 39% dos mais ricos). Da mesma forma, mais mulheres pedem o impeachment do que homens – 67% delas ante 65% deles.

Apesar das proximidades entre Collor e Dilma, da rejeição, das crises políticas e econômicas e da falta de legitimidade envolvendo ambos os governos, seus tratamentos são bem distintos por aqueles que pretendem formar opinião no país. Classe artística, imprensa, sindicatos, comediantes… Para Collor, não havia divisão: impeachment era uma palavra carregada de consciência democrática e vontade popular; uma expressão sagrada. Para Dilma, carrega meia tonelada de golpismo, elitismo e desrespeito ao voto; virou palavra maldita, discurso subversivo, pecado.

Aqui, 7 exemplos de como os formadores de opinião mudam seus critérios de julgamento político a bel-prazer.

1) PARA LULA, INDEPENDENTE DO VOTO, POLÍTICOS QUE NÃO CUMPRISSEM SUAS PROMESSAS DE CAMPANHA DEVERIAM SER DESTITUÍDOS.



Há duas décadas, Lula foi uma das grandes estrelas do movimento que derrubou Collor da presidência. Convocou a militância para ir às ruas, organizou politicamente o impeachment. Para ele, ou o Congresso votava o impeachment ou ficava desacreditado. Segundo o ex-presidente, a crise que vivia o país só se resolveria com “a saída do governo” e o impeachment era, antes de qualquer coisa, uma questão de pressão política.

Anos mais tarde, ao comentar sobre o momento num programa de televisão, disse:

“Pela primeira vez na América Latina, o povo brasileiro deu a demonstração de que é possível o mesmo povo que elege um político, destituir esse político. Eu peço a Deus que nunca mais esqueça essa lição. Aliás, na Constituinte nós defendíamos uma tese de que na hora que o povo vota num candidato a deputado ou vereador, e depois de um determinado tempo esse vereador não está cumprindo com aquilo que era o programa durante a campanha, que os mesmos eleitores que elegeram a pessoa poderiam destituir a pessoa. Se a gente conseguisse isso, seria a salvação da lavoura nesse país.”


Essa ideia era tão evidente que seu partido também pediria, em quatro ocasiões distintas, o impeachment do presidente Fernando Henrique Cardoso. Além dele, e pouco lembrado atualmente, apesar do curto tempo de mandato, o PT também pediria impeachment do presidente Itamar Franco. Antes, já havia organizado, em 1988, o movimento Fora Sarney.

Em suma, o partido que acusa atualmente o impeachment de ser um ato golpista, pediu o impeachment de absolutamente todos os presidentes eleitos desde a redemocratização.

2) JÔ SOARES NÃO TRATAVA O IMPEACHMENT COMO GOLPE.



Se hoje Jô Soares trata o impeachment de Dilma como golpe, justificando seus votos recebidos, no tempo de Collor, o comediante possuía uma percepção completamente diferente. Além de ser um dos principais críticos do ex-presidente através do humor – o que mais tarde lhe renderia o livro Humor nos Tempos do Collor – seu programa era palco constante de oposicionistas do governo e de discursos que hoje certamente interpretaria como golpistas. Um de seus entrevistados poucos dias antes da queda do ex-presidente, Ulysses Guimarães, disse sob aplausos e olhares de admiração, combatendo a ideia de que Collor seria inimputável por ter sido eleito pelo voto:


“(…) quem irrevogavelmente lavrou essa sentença é o povo. Porque ele [Collor] foi eleito, mas a dimensão de uma eleição é menor do que a de um plebiscito. A praça pública é maior do que na urna. Você sabe que na praça pública as praças estão cheias, as ruas, as praças públicas, nós temos lá a infância, temos o velho com o seu bastão, os estrangeiros. Portanto, se ele foi eleito, ele foi agora repudiado pela praça pública. Ele foi repudiado da Presidência da República. Não é mais presidente. É o Fernando. É o Fernandinho.”

Para Ulysses Guimarães, o ex-presidente já não possuía mais legitimidade e por isso deveria ser destituído. O deputado usou o espaço para convocar a população a aderir ao impeachment.

“Este Collor é um chicharro. Ele morreu civicamente, morreu no respeito da nação e não acredita que morreu. É um fantasma. E a Casa da Dinda está cheia de fantasma. Ele é um fantasma com esses fantasmas todos. Mas é um fantasma que aumenta a inflação, é um fantasma que aumenta o desemprego, que faz a queda das bolsas e lameia o nome do Brasil lá fora. Então temos que exorcizar esse fantasma. E vamos exorcizá-lo de acordo com a nação no dia 29 – anotem os brasileiros esse dia. 29, terça-feira, deste mês. Vamos acabar com esse fantasma pra não nos aborrecer mais, criar mais problema, mais fome, mais miséria neste país.”

A televisão era um palco aberto para o impeachment, sobre os olhares admirados de Jô Soares.

3) O HUMOR ERA UM ALIADO CONTRA O GOVERNO.


Atualmente, o papel crítico do humor em relação ao governo é desempenhado mais em função dos incontáveis anônimos da grande web, que entopem as redes sociais com vídeos e imagens contrários ao governo, do que por comediantes profissionais, em cartaz no palco e na televisão.

Mas no tempo de Collor a situação era completamente diferente. Se figuras como Jô Soares, Millôr Fernandes e Luis Fernando Veríssimo usavam o humor para questionar Collor e pressionar sua queda através dos jornais e da literatura, humorísticos como o Casseta & Planeta desempenhavam o mesmo papel na televisão. Às vésperas do impeachment, vestindo um modelito tomara-que-caia, a trupe entrevistava figuras como Lula, José Dirceu e Jair Bolsonaro em contagem regressiva para a queda. O humor não tinha vergonha em ridicularizar aquilo que era naturalmente ridículo.

4) OS SINDICATOS E OS MOVIMENTOS SOCIAIS PRESSIONAVAM A QUEDA.



O Fora Collor foi um movimento organizado por grupos como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), DCEs, centros acadêmicos, sindicatos e movimentos sociais. Dentre os grupos, uma voz se destacava – a de Lindbergh Farias, então presidente da UNE. Na televisão, o líder estudantil ameaçava colocar o povo na rua caso o Congresso não aprovasse o impeachment.

“Todo mundo sabe que se o Congresso tirar a posição de não aprovar o impeachment está colocando o país num grande impasse. Porque o presidente Collor não tem mais condições de representar nem dentro do país, nem fora do Brasil. E também vai ficar provado para a população brasileira que o fisiologismo político do “é dando que se recebe”, o esquadrão da morte, foi o vencedor. (…) É escândalo atrás de escândalo. Então eu acho que é isso que está motivando as pessoas a irem para as ruas. Eu fico tranquilo porque eu estou do outro lado do Collor, eu estou nas ruas com o povo, eu estou nas ruas com as pessoas que querem as mudanças, então eu fico tranquilo nesse aspecto. Nós da UNE já temos uma posição tomada: se não for aprovado o impeachment, nós vamos chamar o povo para as ruas, vamos apoiar a iniciativa dos trabalhadores de greve geral e vamos tentar chamar todo mundo pra rua.”


Lindbergh, agora senador pelo PT, está na lista dos políticos que serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Vinte anos depois, afirma que quem protesta contra Dilma é uma minoria golpista que defende a volta da ditadura militar e ameaça convocar os movimentos sociais para defender o governo.


“É hora de olhar para os movimentos sociais: só vocês podem impedir esse golpe que está em curso. Tem que ser desmascarado. É uma conspiração aberta pra tentar derrubar uma presidente eleita legitimamente. E eu falo porque, se eles vierem com aventura, não esperem de nós covardia. Se eles vierem com essa aventura golpista, nós vamos responder nas ruas.”


Com a mudança de lado, resta saber se agora Lindbergh terá Collor, aliado do governo – e que já está ao seu lado nas manchetes de corrupção – ao seu lado também protestando contra o impeachment.

5) BOA PARTE DOS ARTISTAS APOIAVAM PUBLICAMENTE O IMPEACHMENT.


Se hoje a maioria esmagadora dos artistas se calam em relação aos problemas enfrentados pelo país, no início dos anos 90 a situação era radicalmente oposta. No palco do programa com a maior audiência do país, Lulu Santos defendia a queda de Collor – e do único estilo musical que havia lhe apoiado.

“A última vez que eu estive nesse programa com você, onde a gente tem realmente espaço para expressar a opinião da gente e ter o retorno disso na medida em que as pessoas estão aqui, e isso está acontecendo na hora, era um dia antes das eleições para presidente e eu manifestei, junto com a sua audiência, com a sua platéia, através do seu programa, a minha vontade eleitoral, e eu disse – olê, olê, olê, olá, Lula, Lula. Infelizmente, nem todo Brasil correspondeu a essa coisa progressista que o Rio de Janeiro tem, onde aquele candidato do PT na época teve 70% da votação. E acabou o país investindo na caretice de achar que aquele rapaz que tinha uma aparência dita bonitinha, com aquela gravatinha, queria trazer algum benefício para esse país. Foi caretice da parte da gente ter votado nele, ter acreditado naquele discurso, porque era simples: a gente tinha um homem loiro, alto, rico, extremamente rico, de classe dominante, e do outro lado um brasileiro, que fala mal, que se expressa com dificuldade, mas que é o mais legítimo representante do povo brasileiro. Infelizmente, o povo brasileiro tendeu pro outro lado. Como essa coisa agora está dando uma demonstração clara de que pode vir a acabar do jeito que eu sempre imaginei que ia acabar… (…) No momento, eu estou me sentindo com a tranquilidade dos profetas. Eu sempre percebi que isso ia acabar mal.

A gente fez duas escolhas, mais ou menos, naquela época. Eu lembro bem que saía nos jornais, normalmente na Folha de São Paulo, que o atual presidente da República [Collor], que está enfrentando um processo de impedimento, dizia que quando ele chegasse ao poder iria instituir o que ele chamava de Ministério da Vingança. Naquela época, os artistas que são da minha geração, do meu feitio – Lobão, Paralamas, Legião, enfim, as pessoas do rock nacional; e os artistas de uma forma geral, os cineastas, os diretores de teatro, Chico, Caetano, Gil, quem fosse – todos não deram apoio à candidatura desse presidente. Quem deu apoio à candidatura, e eu não vou falar nomes, mas são as pessoas filiadas ao que se chama de música sertaneja, que eu chamo de músicabreganeja. Eu tenho pavor desse tipo de música, embora eu acho que haja espaço pra tudo que for desejado acima de tudo pelo público. Só queria lembrar vocês que houve quem desejasse Fernando Collor e houve quem desejasse essa música sertaneja. Eu acho que a música sertaneja foi a trilha sonora dessa malfadada administração. Eu gostaria que uma fosse embora junto com a outra. Muito obrigado.”

Passadas duas décadas, salve raras exceções, a classe artística prefere manter o silêncio em relação à crise política no país. Poucos questionam publicamente o momento conturbado – apesar da rejeição recorde da presidente -, quando não elogiam e servem de peça de propaganda para o governo, como fez Marieta Severo há pouco tempo no mesmo palco em que Lulu Santos pediu a saída de Collor.

6) A TELEVISÃO BRINDOU O IMPEACHMENT AO SOM DE “ALEGRIA, ALEGRIA”.



Era dessa forma que o Jornal Nacional, principal veículo de informação do país, encerrava sua edição de comemoração pelo impeachment de Fernando Collor – ao som de Alegria, Alegria, de Caetano Veloso. A derrocada do ex-presidente era uma vitória do país. E a edição, como não haveria de ser diferente, assumiu um tom histórico e ufanista.

Na abertura do noticiário, era dessa forma que Cid Moreira e Sérgio Chapelin davam início à transmissão:


“Uma terça-feira histórica para o Brasil. Pela primeira vez a Câmara autoriza o Senado a julgar o Presidente da República num processo de impeachment. O voto que mexeu com o Brasil todo veio de Minas Gerais. Multidões em todo território nacional saíram às ruas de olho na votação histórica que acabou em festa. O Jornal Nacional está começando.”

Uma pequena revolução tomou conta do país. E a televisão estava ao seu lado.
7) A IMPRENSA TRATOU O IMPEACHMENT COMO UMA “VITÓRIA DA DEMOCRACIA”.





Se atualmente jornais como O Globo lançam editoriais questionando a ideia de impeachment e chamando a oposição de “inconsequente” – ao mesmo tempo em que são esdruxulamente acusados de golpistas pelos simpatizantes do governo -, se hoje a imprensa acredita que a crise “deveria aproximar os políticos responsáveis de todos os partidos para dar condições de governabilidade ao Planalto”, seu papel foi fundamental para a saída de Fernando Collor há mais de vinte anos.

Durante semanas, Collor foi questionado, acusado, criticado e o impeachment convocado como uma festa popular por uma imprensa que desempenhava, sem o menor pudor, seu papel crítico de quarto poder – acertadamente, diga-se de passagem. O que ontem, porém, era chamado de “vitória da democracia”, hoje é tido como golpe inconsequente; uma palavra maldita, proibida, inconstitucional.

Imprensa, classe artística, movimentos sociais, sindicatos: se a maioria esmagadora da população brasileira não legitima o atual governo, os formadores de opinião tratam de fazê-lo. Um lado está certo. O outro inevitavelmente prestará contas à história.

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sábado, 28 de novembro de 2015

Notícias sobre a Lava Jato


Ex-advogado de Nestor Cerveró é preso no Rio de Janeiro

A PGR acompanhou prisão durante desembarque no Aeroporto do Galeão

27/11/2015

A pedido da PGR, senador Delcídio Amaral e mais três pessoas são presas

O STF deferiu também os pedidos formulados pelo PGR de buscas e apreensões em 13 endereços residenciais e funcionais/comerciais

25/11/2015

Processo que apura irregularidades na construção da Refinaria de Abreu e Lima (PE) seguirá para Curitiba

Inquérito policial que investiga contratos firmados entre a Petrobras e o Consórcio Ipojuca Interligações aponta indícios de que o caso pode estar ligado a fatos apurados na chamada “Operação Lava-Jato”

24/11/2015

Lava Jato:PF cumpre mandados relacionados a José Carlos Bumlai na 21ª fase

Além da prisão preventiva do pecuarista, foram realizadas buscas e apreensões no BNDES, em endereços ligados a familiares do investigado e em empresas do Grupo Bertin

24/11/2015

Lava Jato: Luiz Argôlo é condenado a quase 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro

Como deputado federal, Argôlo recebeu R$1,47 milhão em propinas das empreiteiras contratadas pela Petrobras, além de ter ocultado e dissimulado esse dinheiro

19/11/2015

20ª fase da Lava Jato: Novos mandados são executados contra funcionários da Petrobras

A pedido do MPF e da PF, a 13ª Vara de Curitiba determinou buscas, conduções coercitivas e prisão temporária para apurar crimes de funcionários da Petrobras, como corrupção e lavagem, na aquisição de Pasadena e na contratação de navios-sonda

16/11/2015

Lava Jato: ex-deputado federal Pedro Corrêa é condenado a 20 anos de prisão em regime fechado

Pedro Corrêa e outros foram denunciados em maio pelo MPF em maio

03/11/2015

Lava Jato: MPF/PR denuncia executivos da Odebrecht por crimes de corrupção

Na ação, a força-tarefa pede o pagamento de danos mínimos de R$ 275 milhões para a Petrobras

19/10/2015

Lava Jato: STF nega reclamação da OAS que questiona competência de juiz no caso

Com a decisão unânime da Corte, o processo envolvendo a empreiteira segue na Justiça paranaense

07/10/2015

Força-tarefa do MPF na Lava Jato ganha prêmio internacional de investigação

Trabalho foi agraciado com prêmio “órgão de persecução criminal ou membro do Ministério Público do ano”

25/09/2015

PGR: inquérito contra senadora Gleisi Hoffman integra investigação da Lava Jato

Manifestação foi dada durante julgamento de questão de ordem no Inquérito 4130, nesta quarta-feira, 23 de setembro, no STF

23/09/2015

Lava Jato: Duque e Vaccari são condenados por lavagem de dinheiro e corrupção passiva

Prisão do ex-diretor de serviços da Petrobras chega a 20 anos 8 8 meses. O ex-tesoureiro do PT foi condenado a 15 anos e 4 meses. Outras 7 pessoas foram condenadas

22/09/2015

Lava Jato: PF cumpre novos mandados de prisão

A pedido do MPF, foram decretadas a prisão temporária do lobista João Augusto Rezende Henriques e a prisão preventiva do executivo José Antunes Sobrinho

21/09/2015

Lava Jato: 17 pessoas são denunciadas por crimes na Diretoria de Serviços da Petrobras

As investigações concluíram que mais de R$ 60 milhões foram repassados a título de propina

04/09/2015

Lava Jato: MPF/PR denuncia presidente licenciado da Eletronuclear e mais 14

Ministério Público Federal pede o confisco de mais de R$ 4 milhões.

02/09/2015

CSMPF prorroga força-tarefa Lava Jato, em Curitiba

Na sessão desta terça-feira, 1º de setembro, também foi prorrogada por mais 90 dias a força-tarefa que atua na Operação Ararath

01/09/2015

Operação Lava Jato: PGR denuncia Eduardo Cunha e Solange Almeida

Fato criminoso envolve o recebimento de propina para construção de dois navios-sondas da Petrobras

20/08/2015

Lava Jato: contratos firmados no âmbito do MPOG são alvo de investigação

Na 18ª fase da operação, a Polícia Federal cumpre 11 mandados judiciais, incluindo a prisão temporária de Alexandre Oliveira Correa Romano, ex-vereador do PT em Americana (SP)

13/08/2015

Lava Jato: MPF denuncia Jorge Luiz Zelada e mais cinco por corrupção e outros crimes

Ex-diretores da Petrobras e PMDB teriam recebido cerca de US$ 31 milhões em propina para beneficiar contrato da estatal com empresa americana no afretamento de navio-sonda

06/08/2015

Lava Jato: executivos da OAS são condenados por corrupção e lavagem de dinheiro

Justiça acatou parcialmente denúncia do MPF proposta em dezembro de 2014

06/08/2015

Lava Jato: 17ª fase da operação cumpre 40 mandados de busca, apreensão e prisão

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu está entre aqueles que tiveram prisão preventiva decretada

03/08/2015

Lava Jato: MPF e Cade celebram acordo de leniência com Camargo Corrêa

O acordo tem como objetivo a obtenção de provas de cartel em Angra 3

31/07/2015

Lava Jato: MPF denuncia mais cinco pessoas por lavagem de dinheiro e corrupção

Foram denunciados o ex-diretor da Petrobras Renato de Souza Duque, a advogada Christina Maria da Silva Jorge, os empresários João Antônio Bernardi Filho, Antônio Carlos Briganti Bernardi e Julio Gerin de Almeida Camargo

29/07/2015

Lava Jato: nova fase cumpre prisões, conduções coercitivas e buscas

A operação teve como alvos o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Pinheiro da Silva, o presidente da Unidade de Negócios Energia da Andrade Gutierrez, Flavio David Barra, além de pessoas e empresas envolvidas em ilícitos investigados nos contratos de Angra 3

28/07/2015

Lava Jato: MPF denuncia 22 por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Entre os denunciados estão diretores das empresas Odebrecht e Andrade Gutierrez

24/07/2015

Lava Jato: executivos da Camargo Corrêa/UTC são condenados por corrupção e outros crimes

Sentença, divulgada nesta segunda-feira, 20 de março, é a primeira contra empreiteiros denunciados em dezembro de 2014

20/07/2015

Lava-Jato: PGR e PF cumprem 53 mandados de busca e apreensão em 7 estados

Medidas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal

14/07/2015

Lava Jato: nova denúncia contra André Vargas e mais dois por lavagem de dinheiro

Esta é a segunda acusação criminal contra o ex-deputado. Foram denunciados também seu irmão Leon Vargas e sua companheira Eidilaira, por ocultação de bens no valor de R$ 480 mil

23/06/2015

MPF e Polícia Federal iniciam nova fase da Operação Lava Jato

Cumprimento de mandados aprofunda investigações sobre Odebrecht e Andrade Gutierrez

19/06/2015

MPF encaminha medidas de combate à corrupção ao Congresso Nacional

As vinte sugestões para aprimoramento da legislação de combate a corrupção foram entregues ao presidente da Casa

01/06/2015

Lava Jato: MPF obtém bloqueio de mais de R$ 130 milhões do grupo Mendes Júnior

Valor é referente à propina de 1% paga sobre o valor dos contratos firmados entre o grupo e a Petrobras, além de multa

29/05/2015

Lava Jato: Cerveró é condenado a 5 anos de prisão por lavagem de dinheiro

Denunciado pelo Ministério Público Federal em fevereiro deste ano, o ex-diretor da Petrobras ainda deverá pagar multa e sua cobertura em Ipanema será confiscada

26/05/2015

Lava Jato: medida cautelar do MPF leva ao bloqueio de mais de R$ 282 milhões da OAS

O valor refere-se ao pagamento de propinas de 1% sobre os contratos firmados entre a empresa e a Petrobras, além de multa

18/05/2015

Justiça Federal aceita denúncias do MPF que envolvem ex-agentes políticos

Ex-deputados federais André Vargas, Luiz Argôlo, Pedro Corrêa e Aline Corrêa passam a ser réus em ações penais do caso Lava Jato

18/05/2015

MPF obtém bloqueio de mais de R$ 544 milhões dos grupos Galvão Engenharia, Camargo Correa e Sanko

Valores referem-se a propinas pagas em contratos firmados entre os grupos e a Petrobras, além de multa. Até agora já foram determinados os bloqueios de quase R$ 700 milhões em ações cíveis

14/05/2015

Lava Jato: Força-tarefa denuncia 13 pessoas por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato

A operação entra em um novo ciclo, que envolve agentes políticos que não contam com foro privilegiado. Os ex-deputados federais André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa estão entre os denunciados

14/05/2015

Janot destaca impessoalidade e trabalho coordenado na condução da Lava Jato

Atuação integrada do MPF, Polícia Federal, Receita Federal e Justiça Federal permitiram a restituição de R$157milhões desviados da Petrobras por Pedro Barusco

11/05/2015

MPF/RJ consegue repatriação de mais de R$ 86 milhões desviados da Petrobras

Valor foi obtido ilegalmente pelo ex-gerente executivo da empresa Pedro Barusco e estava bloqueado na Suíça

30/04/2015

Lava Jato: MPF denuncia operador financeiro por embaraço à investigação

Guilherme Esteves de Jesus e sua esposa são acusados de dificultar ação da PF durante busca e apreensão autorizada pela Justiça

30/04/2015

Lava Jato: PGR é contra revogação de prisão preventiva de empreiteiros

Existência de organização criminosa em funcionamento justifica manutenção da prisão de Ricardo Pessoa, Agenor Medeiros e José Ricardo Breghirolli

28/04/2015

Lava Jato: MPF denuncia Vaccari e Duque pela lavagem de R$ 2,4 milhões

Nova denúncia foi apresentada à 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná nesta segunda-feira, 27 de abril

27/04/2015

Lava Jato: MPF obtém bloqueio de mais de R$153 milhões do Grupo Engevix

Valor é referente à propina paga de 1% do valor dos contratos firmados entre o grupo e a Petrobras, além de multa

26/04/2015

Lava Jato: oito pessoas são condenadas por lavagem de dinheiro e organização criminosa

Além de penas restritivas de liberdade, que variam de pouco mais de 4 anos a 11 anos e 6 meses, seis condenados deverão pagar indenização de R$ 18,6 milhões à Petrobras

22/04/2015

Para MPF, empresas inidôneas não devem manter contratos com administração pública

Câmara dos Deputados discutiu paralisação das obras públicas por empresas envolvidas na Lava Jato

15/04/2015

A pedido da Força Tarefa do MPF, Vaccari é preso na Operação Lava Jato

Foram executados um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária contra Marice Correa Lima, cunhada do tesoureiro, além de um mandado de condução coercitiva contra Giselda Rousei Lima, esposa de Vaccari

15/04/2015

Nova fase da Operação Lava Jato cumpre prisões, conduções coercitivas e buscas

A operação teve como alvos os ex-parlamentares André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa, bem como pessoas e empresas envolvidas nos ilícitos por eles praticados

10/04/2015

Justiça Federal vai realizar primeiro leilão de bem apreendido na operação Lava Jato

Outros leilões serão realizados para preservar o valor econômico dos bens apreendidos

20/03/2015

MPF e Cade celebram acordo de leniência para obter provas de cartel na Petrobras

O acordo tem por objetivo a obtenção de informações e provas que permitam a ampliação das investigações sobre o cartel revelado pela Operação Lava Jato

20/03/2015

MPF lança dez medidas para combater a corrupção e a impunidade

Propostas de alteração legislativa serão entregues ao Congresso Nacional e ao Conselho Nacional de Justiça

20/03/2015

MPF apresenta propostas para aprimorar o combate à corrupção

As medidas contemplam três grupos temáticos: Transparência e Prevenção; Efetividade; e Celeridade e Eficiência

19/03/2015

MPs brasileiro e suíço reafirmam compromisso de cooperação internacional

Lava Jato é exemplo da boa cooperação entre os países. Suíça já bloqueou cerca de 400 milhões de francos suíços e conduz nove investigações domésticas sobre o caso

18/03/2015

Lava Jato: nota de esclarecimento

Logomarca da empresa Projetec utilizada em ação penal foi inserida de forma equivocada

18/03/2015

Parlamentares entregam ao PGR manifesto de apoio à sua atuação

Rodrigo Janot recebeu senadores e deputados, nesta quarta-feira, 18 de março

18/03/2015

Lava Jato: em um ano, foram propostas 20 ações criminais contra 103 pessoas na primeira instância

No STF, 50 autoridades são investigadas

17/03/2015

Lava Jato: nova denúncia envolve Diretoria de Serviços da Petrobras e acusa 27 pessoas

Entre os denunciados estão o ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato de Souza Duque e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto

16/03/2015

Interesse Público: Saiba quais são os próximos passos da Operação Lava Jato

MPF/PA: calendário florestal é primeiro resultado do TAC da madeira

16/03/2015

Lava Jato: STF abre inquérito contra Fernando Bezerra

Objetivo é investigar indícios dos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro

16/03/2015

Lava Jato: vice-PGR pede ao STJ investigação de governadores do RJ e AC

O ex-governador Sérgio Cabral e o ex-secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro Régis Fichtner do Rio de Janeiro também devem ser investigados

12/03/2015

Em Alta

O que é a triangulação narcísica e como reconhecê-la?

A triang ulação é comum, frequente não apenas no narcisismo mas é uma característica central nos relacionamentos tóxicos. A triangulação nar...

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